A Ericsson e a Universidade Federal do Ceará estão iniciando um novo ciclo de projetos de pesquisa em telecomunicações que visam estudar a tecnologia 6G, que virá a substituir o atual 5G até o final desta década. Os projetos serão executados por pesquisadores do GTEL – Grupo de Pesquisa em Telecomunicações Sem Fio.
A especificação da tecnologia 6G ainda está em discussão visando definir suas características essenciais. Espera-se que o 6G apresente capacidade e desempenho significativamente superior ao 5G e, com isto, habilite novos serviços tais como telepresença holográfica interativa, internet dos sentidos e controle remoto espaço-temporal de objetos. Essas são apenas algumas das possíveis aplicações da tecnologia 6G.
Os novos projetos que a Ericsson inicia com a UFC tem como foco inicial o uso da infraestrutura de antenas atual e futura para realizar as tarefas de controle e sensoriamento acima citadas. O crescente adensamento do número de antenas por unidade de área, já visível com a atual tecnologia 5G, permitirá novos usos para além da comunicação com alta largura de banda. É possível antever, por exemplo, que um conjunto de antenas, aliados a poder de processamento computacional e algoritmos inteligentes, atue como um conjunto de sensores. Isto permitirá a capacidade de controlar e rastrear objetos com alto grau de precisão e exatidão, espacial e temporal, inclusive veículos terrestres e aéreos não tripulados.
Um segundo foco dos estudos visa reavaliar a própria topologia de rede de acesso móvel celular que tradicionalmente é composta de estações base fixas e terminais de usuário móveis. Pretende-se propor e avaliar novas topologias com a inclusão, por exemplo, de estações base também móveis. Outro problema em foco diz respeito ao canal físico de propagação de rádio. Com o aumento das frequências de operação das redes em direção à faixa das ondas milimétricas torna-se importante estabelecer enlaces de rádio com linha de visada direta. Em ambientes urbanos isto pode ser particularmente desafiador e pretende-se propor e avaliar o impacto do uso de dispositivos análogos a repetidores, mas que contarão, no 6G, com múltiplas antenas e algoritmos inteligentes.
A parceria da Ericsson com o GTEL/UFC existe há mais de 20 anos e já gerou centenas de publicações, dezenas de patentes e formou várias gerações de pesquisadores em telecomunicações sem fio.
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